terça-feira, 31 de agosto de 2010

Trepa ou sai de cima


Me imprensou contra a parede
denovo
"O que é que você quer?"

Me vi cair
na armadilha que eu mesma criei
na teia que teço
há tantos anos
que a alma já se perdeu nos fios

O que eu quero de verdade?
Óbvio!
Nao ser confrontada com escolhas

Não quero perder
Não quero abrir não
Não quero ceder
Não quero
Não quero...

"O que é que você QUER?"
Não sei...
E o mundo não vai me esperar descobrir
ou que sabe decidir
admitir
ESCOLHER

Meu tempo
(que só por egoísmo chamo de MEU)
escorre por entre meus dedos
à cada tentativa de retê-lo um pouco mais

"O que é que você quer?"
Um segundo mais
Um minuto mais
Uma hora mais...
Uma Vida mais

(R.R.M.)

domingo, 22 de agosto de 2010

Medo de morrer




Tenho medo de morrer
durante o sono
afogada nas lágrimas que derramei
afogada no medo
de não ter admitido que amei
me debatendo
soterrada pelo sofrimento que impingí
às pessoas a quem me devotei.

Tenho medo de morrer
sem ter me permitido
conhecer o melhor e o pior de mim
de deixar o desconhecido me varrer
sabendo que foi tudo uma busca vã
e que chegou fim

Tenho medo de morrer
sem ter tido tempo pra me desculpar
me despedir
sem ter tido a coragem de olhar nos olhos
e dizer "Obrigada"
sem chorar e sem querer ficar
Tenho medo de não saber partir.


(R.R.M.)

sábado, 14 de agosto de 2010

AMIGOS


Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos. Não percebem o amor que lhes devoto e a absoluta necessidade que tenho deles.

A amizade é um sentimento mais nobre do que o amor. Eis que permite que o objeto dela se divida em outros afetos, enquanto o amor tem intrínseco o ciúme, que não admite a rivalidade.

E eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos! Até mesmo aqueles que não percebem o quanto são meus amigos e o quanto minha vida depende de suas existências ...

A alguns deles não procuro, basta-me saber que eles existem. Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida. Mas, porque não os procuro com assiduidade, não posso lhes dizer o quanto gosto deles. Eles não iriam acreditar. Muitos deles estão lendo esta crônica e não sabem que estão incluídos na sagrada relação de meus amigos. Mas é delicioso que eu saiba e sinta que os adoro, embora não declare e não os procure. E às vezes, quando os procuro, noto que eles não tem noção de como me são necessários. De como são indispensáveis ao meu equilíbrio vital, porque eles fazem parte do mundo que eu, tremulamente construí, e se tornaram alicerces do meu encanto pela vida.

Se um deles morrer, eu ficarei torto para um lado. Se todos eles morrerem, eu desabo! Por isso é que, sem que eles saibam, eu rezo pela vida deles. E me envergonho, porque essa minha prece é, em síntese, dirigida ao meu bem estar. Ela é, talvez, fruto do meu egoísmo.

Por vezes, mergulho em pensamentos sobre alguns deles. Quando viajo e fico diante de lugares maravilhosos, cai-me alguma lágrima por não estarem junto de mim, compartilhando daquele prazer ...

Se alguma coisa me consome e me envelhece é que a roda furiosa da vida não me permite ter sempre ao meu lado, morando comigo, andando comigo, falando comigo, vivendo comigo, todos os meus amigos, e, principalmente os que só desconfiam ou talvez nunca vão saber que são meus amigos!

A gente não faz amigos, reconhece-os.

VINÍCIUS DE MORAES

(Pela primeira vez alguém entendeu perfeitamente)

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Alter(ações)

Não deu pra dormir sem pensar... Nunca dá, mas hoje o álcool me forneceu mais uma dose de pensamentos indigestos. Porre meu? Não. Não tenho gosto nem estômago pra isso e disso você bem sabe. Foi o seu estado "levemente alterado" que me alertou, que me atingiu, que me fez pensar. Como já aconteceu antes, ele agora agiu em você. Só reduziu a sua resistência, removeu (em parte) seu filtro e me possibilitou confrontar o que eu já sabia, mas nunca imaginei que me seria dito de frente e sem máscaras bonitas e coloridas. "Eu gosto de brincar com coisas sérias" "Mas você não sabe como as suas brincadeiras afetam as pessoas com quem você brinca". Simples, objetivo e direto, como (se me permite dizer), você só o faria "levemente alterado". E aí se foram algumas horas de conversa banais... mas foi debaixo do meu edredon que as repercussões dessa frase se fizeram presentes. É verdade. Por razões que eu me obriguei a enxergar, percebi que brincar com coisas sérias não é de fato sensato ou inocente, e que as conseqüências virão, esteja eu esperando por elas ou não... Mas a verdade é que me afeiçoei à irresponsabilidade pueril, que há muito tempo já deveria ter sido superada. A grande verdade é que tenho medo de crescer, medo das responsabilidades que me esperam, inclusive e principalmente pelas conseqüências de meus atos. Foi no seu estado "levemente alterado" que você me fez enxergar com mais precisão a minha necessidade de ME alterar também. De romper meu egocentrismo infantil. É hora de deixar de brincar e começar a falar mais sério. Mas além de tudo, é hora de prestar atenção NO QUE é dito,COMO é dito e como isso é RECEBIDO. "Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas". Tá mais do que na hora de assumir a responsabilidade. Então, primeiro de tudo, me perdoa pela imaturidade e depois, obrigada pela oportunidade de crescer.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

HARMONIA






Har.mo.ni.a (subst) : combinação de elementos diferentes e individualizados, mas ligados por uma relação de pertinência, que produz uma sensação agradável e de prazer.

Fonte: Dicionário Houaiss online