Conversávamos.
Você recostado na poltrona
com minha cabeça apoiada
preguiçosamente
no seu colo
enquanto nossos olhos castanhos
se examinavam meticulosamente.
Exibíamos nossos sorrisos fáceis
daqueles que chegam à boca
antes de alcançar os olhos
mas estávamos bem assim mesmo.
Falávamos de tudo e de nada;
Dos anos de companhia despretensiosa
e da pretensão de conhecer mais.
Focada nos seus olhos castanhos
a pergunta escapou dos lábios
"Qual a diferença entre namorados e melhores amigos, além dos beijos?"
Pego de surpresa
ouvi estarrecida os orbes castanhos
falando de intimidade,
sentimentos,
vontade de estar juntos sempre que possível...
Desconcertada, pensei
em quanta intimidade compartilho com meus amigos
na saudade,
na raiva,
no carinho,
no Amor que nutro por eles,
na imensa vontade de estar junto,
a cada pequena oportunidade.
Descobri que desconheço
que por não saber a diferença
AMEI a cada amigo
da minha forma híbrida e distorcida
apaixonada e possessiva.
Amei e amo
um amor de abraços e carícias
exigente de atenção e afeto
mas ausente de beijos.
Amo um amor morno
estável e disponível
eternamente esperançoso
enlouquecedoramente
ETERNO.
(R.R.M.)
2 comentários:
Me embriago e me perco, concordando e admitindo cada palavra.
Não é fácil deixar que os sentimentos escorram para onde querem. Mas talvez seja preciso. Não seria perder a elegância. Amar não é nenhuma humilhação.
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