terça-feira, 15 de março de 2011

No negro véu do esquecimento...

Surgiu assim...
Centelha entre duas lâminas afiadas
meu ego chocou-se no teu
e fizemo-nos
AMIGOS
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Embalados pela doçura ilusória do tempo
nos conhecemos
e no conhecer nos comprouvemos
e no comprazer nos compartilhamos
e no compartilhar nos amamos
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Esticamos os momentos,
nos perdemos nas horas,
pausamos os encontros
e aceleramos as ausências
de um modo displicente
inocentemente infantil...
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E como toda criança um dia deixa de sê-lo
a nós tampouco curvou-se o tempo
anunciando a hora de ir...
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Então, perdoa-me se choro.
Não me havia dado conta
do adiantado da hora...
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É tempo das mãos se separarem;
Dos olhos que olhavam nos olhos
olharem para frente...
Dos pés que seguiam ao lado
tomarem outra estrada...
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Quem sabe existam cruzamentos à frente...
Quem sabe não...
Quem sabe outras pessoas nos tomarão pela mão...
Quem sabe não...
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Só rogo
de todo o meu coração
que leves de mim
uma mínima fração que seja,
quando carrego tanto de ti.
E não permitas que na sua Vida eu caia
no negro véu do esquecimento...
___
(R.R.M.)

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