quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Recurso renovável

Coisa bonita de ver 
quando se forma a tempestade
a escuridão toma conta
e não demora a enxurrada descer

Vem abundante
descendo, lavando, tomando tudo
não tem como parar, ela impera
alaga, inunda, e leva consigo os destroços 

Para trás ficam os sulcos
as marcas
a trajetória plácida e serena
da turbulência recém enfrentada

Fica a alma desnuda
o rosto úmido
o corpo trêmulo
o vazio

E o incrível disso tudo
é que são os sulcos, 
as fendas marcadas na pele e na alma,
o berço escolhido para a renovação

A área mais maltratada pela violência da corrente
é também a mais irrigada,
solo fértil e berço do ressurgir.




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