terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Minha pena


Fui pega em flagrante

e ainda que não o fosse

sou réu confessa.

Acusação?

Amar-te


Algemaste-me à ti

como se fosse castigo

Mal sabias que era assim

que imaginava a eternidade

A punição começou de fato

quando tuas mãos se libertaram


Por meu crime me condenaste

aos espaços entre os abraços

à espera pelo toque

às lacunas entre os beijos


Tentei a todo custo

aliviar a minha pena

mas o bom comportamento

é avesso ao Amor


Rebelei-me

Procurei-te

Decidi-me

Seduzi-te

Iludi-me

Conseqüência?

Solitária


Os vãos agora são eternos

não há o som da tua voz

ou o afago de tuas mãos

A segurança de teus braços

ou a doçura de teus lábios


Liberdade?

Prefiro a cadeira elétrica

Não suportaria o castigo de libertar

pra sempre de ti

É duro demais


Dentro da cela fria e escura

confinada em mim

eu rezo a cada dia

pela bênção de uma perpétua

Onde eu estaria

para sempre

presa à ti.
(R.R.M.)

Um comentário:

Rafael Dias disse...

Nossa que amor avassalador e ao mesmo tempo cruel, me faz pensar que o amor e o sofrimento são sentimentos muito próximos, amar a ponto de sofrer por alguém... Gostaria que alguém me amasse assim... um dia!