sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Serpentes





Fitei-te
Correspondeste ao meu olhar
Engano fatal
Prendi-te

Hipnoticamente amarrei-te
Na vastidão de meus
olhos
Seduzi-te
Na vermelhidão dos meus
lábios
Capturei-te

Aproximaste de mim
Incônscio do perigo iminente
Fitavas-me os olhos
Lábios
Língua

Seguiste meus sussuros
incapaz de livrar-te
da influência de minha voz

Delicadamente abracei-te
Um abraço puro
Vagarosamente envolvi-te
Num misto de braços
Bocas
Pernas
Peitos
Laços

Colei-me a ti
imperceptivelmente
Inebriei-te de mim
Deliciosamente
asfixiei-te
prazerosamente
devorei-te

Não resististe ao meu
veneno
Inoculado em cada beijo
Cada suspiro
Cada carícia

Corrompi-te a Alma
E foste presa fácil
Não pudeste evitar
O bote
E a ele rendeste
Voluntariamente


Imobilizei-te
Corpo e Alma
Fiz-te escravo
Já não tens mais opções

ÉS MEU


(R.R.M.)

Um comentário:

Unknown disse...

Ainda continuo sem saber o que comentar...
Existem coisas, como o seu poema, que nos fascinam, que nos prendem, e aí não sabemos o que fazer. Ficamos presos hipnoticamente, não sabendo o que dizer... ficamos apenas contemplando a grandiosidade e a profundidade das palavras...