sábado, 6 de dezembro de 2008

Ambigüidade




Quando finalmente cri


ter construído todo o meu forte


indestrutível


a qualquer ataque




Você descobre um novo uso


para a mais poderosa


de todas as armas.


Silenciosa e infalível




E mais uma vez caem por terra


os muros que me protegiam.


É a sutileza que me abate.




Transbordam então


os diques da minha Alma


e não suportanto a invasão


me afogo em mim




Quero ar


preciso respirar


Me debato no escuro


grito por socorro




E para minha minha surpresa


é a sua mão que encontro


é a nas profundezas do seu olhar que sinto


toda a segurança


que minha fortaleza


milimétricamente construída


jamais me deu




Quem é você?


anjo maldito


ou bendito demônio


que me livra do cácere protetor


e me lança


de cabeça e desprotegida


na profundidade de mim?




Sem garantia de sobrevivência


arrisca


talvez porque crê


que a vida por trás dos muros


não é VIDA




(R.R.M)

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