domingo, 30 de outubro de 2011

Eu não sei brincar...


É... descobri que perdi o jeito... aquela manha sutil de toda criança... que percebe a brincadeira como composição do mundo... não separada dele... que responde à ela também brincando... numa seriedade impressionantemente leve... carinhosa...
Descobri que perdi essa habilidade em algum lugar... e que o meu olhar para quem a manuseia com facilidade, não é mais de admiração, mas foi corrompido pela inveja...
É... ainda não sei o que houve... o que aconteceu... se foi o tempo... se fui eu... mas alguma coisa em mim endureceu... e de brisa, que acaricia, passei a ser pedra, que machuca... de mel que adoça à acidez repentina do limão... quando comecei a ser veneno em vez de bálsamo?
Não é a toa esse sentimento de solidão... assim como eu me afasto daquilo e daquele que me fere, as pessoas também não querem ser feridas...
É possível aprender? É possível calar a serpente e diluir seu veneno? Eu não me dei conta do quão difícil tem sido conviver comigo... Eu não quero me machucar... mas não suporto a idéia de que, pra isso, eu tenha que estar só... Não sei viver em grupo, mas também não me basto... Eu quero (e preciso) da mão que acaricia... mas quem faz carinho em porco-espinho?!

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